Lá vem o natal pela frente. Natal uma data que nunca me trouxe júbilo nem quando criança quando os adultos acham que as crianças adoram essas porcarias. Nunca gostei de papai Noel, nem acreditava naquele tio com algodão na cara, nem em todo ritual que se seguia de dar presente à meia noite ou aquela história chatíssima de renas, de presentear o mundo inteiro em uma noite, de descer pela chaminé e outras coisas. Sinceramente, acho todas essas historinha uma mitologia detestável. Quando criança era uma tortura pra todos, acho, pois os adultos fingiam gostar da data pra alegrar as crianças. E eu me sentia na obrigação de me mostrar feliz pra não ferir os sentimentos dos adultos que se esforçavam por se parecer com o tal velhinho de vermelho. Criança não é burra e entende mais claramente do que imaginamos.
Mas foi uma surpresa pra mim que toda essa carochinha pra boi dormir ainda está muito viva e desperta reações que pensei já estarem em decadência com o passar dos anos. Fui num shopping semana passada e logo na entrada estava um tumulto de gente impressionante. Parecia a 25 de março no final do ano. Eu só queria passar e ir direto pra área de alimentação, pois estava verde de fome e aquele povo todo bloqueava minha passagem. De repente vi o tal bom velhinho chegando com os ajudantes elfos acenando pra todo mundo e sendo recebido com muita festa, sorrisos e palmas. Depois começou o martírio de receber criança por criança pra tirar fotos. Reparei nas pessoas em volta e vi que eram familiar inteiras com três ou quatro filhos, avó e papagaio que vieram apenas para este fato: a chegada do Papai Noel.
Deprimente.
E como acontece todo ano, tem aquela besteira de criar tudo como se fosse os Estados Unidos, com neve de isopor caindo e enfeites dos mais variados, luzinhas, arvores imitando pinheiro. Nesta hora volto a ser criança. Criança feliz achando tudo legal? Não. Aquela criança que descrevi no começo deste texto, onde finjo estar no clima comprando toda esta parafernalha de natal pra alegrar minha mãe e minha irmã que ainda conservam o espírito natalino. E vamos tocando a vida.
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